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31.07.2020

Quanto custa parar uma correia transportadora em mineração?

De acordo com especialistas, uma paralisação de 16 horas ou mais pode ultrapassar US$ 1 milhão.

Isso mesmo. O problema num sistema de correias transportadoras pode pesar muito para a mineração. E pesar em dólar. Os dados são de Luciano Henrique Perry, engenheiro da Schmersal, fabricante de soluções para segurança. A conta do especialista considera a operação de carregamento de um navio com capacidade para 400 mil toneladas de minério de ferro e que, em média, é carregado em menos de 24 horas em uma operação contínua, sem ocorrências.

Considerando o preço médio da tonelada de minério no mercado internacional em US$ 100, a hora parada de um transportador de correia, nesse caso hipotético, tem custo de US$ 60 mil. Acrescente-se a isso a penalização por atraso no embarque de um navio (demurrage), que pode chegar a US$ 20 mil por dia ou mais, dependendo do navio e da carga. “Portanto, caso ocorra um dano numa correia que a faça parar por 16 horas ou mais, as perdas podem ultrapassar US$ 1 milhão”, complementa Perry.

O engenheiro agrega outras informações interessantes a respeito, inclusive o preço médio de um metro linear de correia transportadora – US$ 500. A capacidade operacional de um transportador de correia em um carregador de navios pode chegar a 20 mil toneladas/hora. E mais: somente as correias transportadoras – o principal componente do sistema – podem responder por metade do custo de toda a instalação.

Bom, e onde entra a Schmersal nessa história? Especializada em proteção eletrônica, ela trabalha para evitar as paralisações nos transportadores. “Comparando com o investimento feito pela aquisição dos sistemas de proteção eletrônica, o desembolso é consideravelmente menor que os custos de uma intervenção de manutenção corretiva, além dos riscos à integridade física das pessoas”, destaca Perry.

Entre os recursos desse tipo, ele cita tecnologias que atuam no monitoramento online e na detecção de danos às correias antes que uma parada do transportador ocorra. Os sistemas podem ser ativados individualmente ou combinados, mas tem em comum componentes como os painéis controladores IHM, sensores, dispositivos de aferição, suportes e outros dispositivos eletrônicos de controle.

Um exemplo é a tecnologia que identifica rasgos longitudinais, que podem ocorrer nos pontos de maiores solicitações de carga, tais como carregamento, chutes, transferências, estações de tensionamento e descarga. Por meio de antenas metálicas (loops) vulcanizadas aferidas por sensores eletromagnéticos, as informações das leituras de cada loop são enviadas ao painel controlador IHM de fácil interface com a eletrônica embarcada do equipamento.

Outro recurso é o que monitora e atua na identificação da integridade física dos cabos de aço internos da estrutura construtiva da correia, informando as condições das malhas metálicas, encordoamento e tensões de tração. O acompanhamento da velocidade da correia também pode ser feito para evitar incidentes. Nesse caso, o processo é feito por meio de um encoder, mapeando desvios devido ao escorregamento. O sistema auxilia no controle de enchimento de pilhas, vazão nas estações de transferências e chutes, evitando entupimentos e acúmulo de material em zonas de transição.

Em tempos de digitalização, os recursos citados devem ser integrados usando as redes industriais comuns nas mineradoras. Isso facilita o monitoramento remoto, com despacho dos dados a intervalos de tempo determinados.

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